Carlos Eduardo Cherem
Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte
Feijão caro virou caso de polícia no sul de Minas Gerais. Com o preço do produto em alta, lavouras tornaram-se alvo de ladrões no município de São Gonçalo do Sapucaí (MG), a 340 km de Belo Horizonte.
O fazendeiro Ronan de Souza, que produz feijão carioquinha, estima que os furtos nesta safra tenham chegado a 600 quilos (dez sacas de 60 kg cada).
Ele também planta milho e batata, mas os ladrões só levaram feijão mesmo. "É por causa do valor." O preço pago pela saca aos produtores da região saltou de R$ 120 para R$ 450, segundo ele.
"Além do prejuízo de quase R$ 5.000 com as dez sacas, tive que contratar vigilância profissional, 24 horas por dias", afirma.
São quatro funcionários, ganhando R$ 150 por dia cada, para um turno de 12 horas. "São dois seguranças em cada horário. Estou gastando R$ 600 por dia com isso. Vai somando nos custos..."
Ladrão foge a pé
Souza conta que, na quinta-feira (30), funcionários de sua fazenda flagraram quatro pessoas debulhando o feijão e conseguiram evitar o roubo. Segundo o produtor, não se trata de quadrilhas organizadas e equipadas.
A maioria rouba e foge a pé mesmo. O produto está custando cerca de R$ 25 o quilo, e eles vendem por R$ 10.
Segundo o delegado de São Gonçalo do Sapucaí, Diego Bruno Dias do Nascimento, os criminosos procuram produtos mais caros e fáceis de serem vendidos.
"São corriqueiros os casos de roubos nas lavouras. Os criminosos roubam gado, café, grãos. Agora, estão visando o feijão por causa da valorização", diz o delegado.
"Tivemos outros casos de roubo de feijão, mas não tenho um levantamento sobre a quantidade do que pode ter sido roubado na região."
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